OS VERDES QUEREM O FIM DA CUMPLICIDADE DO GOVERNO PORTUGUÊS COM AS POLÍTICAS DE MILITARISMO DA NATO

A Cimeira da NATO que decorreu em Haia, nos Países Baixos, reunindo os países aliados, sob a liderança de Mark Rutte, secretário-geral da organização, constituiu um vergonhoso desfile de cinismo e cumplicidade quanto à defesa da Paz e do respeito pela Carta das Nações Unidas.

Não podemos deixar de assinalar a constrangedora presença e o papel do Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump nesta cimeira, mas também do primeiro-ministro português, quando o primeiro se vangloria do sucesso do ataque perpetrado ao Irão – elogiado descaradamente por Rutte -, após os igualmente inqualificáveis ataques de Israel. Todos estes atos e posições merecem a firme condenação por parte do Partido Ecologista Os Verdes.

Perante a cumplicidade do governo português, exigem-se respostas e esclarecimentos ao alegado recurso à base das Lajes para posicionamento de aviões reabastecedores da Força Aérea norte-americana, na operação de ataque dos EUA ao Irão.

A NATO que em nome da Paz, se dedicou ao longo de décadas a fomentar a instabilidade, crises e guerras, concluiu hoje com todo o sucesso os negócios que fomenta: hipotecar a estabilidade e a vida de milhões de europeus, sob a ingerência declarada nas palavras de Mark Rutte que considera que “ não existe alternativa ao investimento de 5% do PIB em defesa” e que “a Europa vai pagar à GRANDE”. O secretário-geral da NATO exigiu aos políticos :” fazer escolhas na escassez”,o que na prática é exigir cortes aos orçamentos dos países que recaem sobre o Estado social e serviços públicos fundamentais, gerando austeridade.

Esta é uma opção que Os Verdes rejeitam em absoluto, não só porque viola a Constituição da República Portuguesa – que preconiza o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares – como também compromete de forma séria a sustentabilidade económica e social do país que hoje enfrenta uma crise de habitação e do custo de vida sem precedentes.

Os Verdes reafirmam o seu compromisso pacifista com os povos, condenamos esta subjugação de Portugal à agenda e aos interesses militaristas e imperialistas da NATO e consideramos inaceitável que um país como o nosso com as graves carências no setor da saúde, da educação, da habitação, da conservação da Natureza, se comprometa com este esforço financeiro para alimentar os caminhos da guerra.

Pese embora, Luís Montenegro tenha vincado que parte da percentagem do PIB ( do total dos 5%) em defesa será para investimento em recursos humanos para as Forças Armadas, tal argumento não branqueia o verdadeiro compromisso do governo PSD/CDS: a subjugação aos interesses norte americanos e da NATO, a cumplicidade com o histórico belicista desta organização e a inação diplomática no contributo para a resolução da guerra no Médio Oriente e para o fim do genocídio na Palestina.

Os Verdes consideram inaceitáveis os argumentos usados por Luís Montenegro e o silenciamento do seu Governo, que no passado dia 18 de junho, no parlamento declarava de forma jocosa que o reconhecimento do Estado da Palestina não era uma “corrida para ver quem chega à frente”, tendo declarado um chorrilho de argumentos para adiar tal compromisso por parte do Governo.

Paz Sim, Guerra Não. Nato Não.