Os Verdes promoveram uma ação na Cruz Quebrada, Oeiras, no passado dia 8 de março, que juntou ativistas, eleitos e movimentos locais.
No local puderam observar-se as condições de degradação contínua das coberturas de fibrocimento das instalações das antigas fábricas da Lusalite e Gist-Brocades, para onde se perspetiva um empreendimento imobiliário de grande volumetria e impacte ambiental e paisagístico, que entra claramente em conflito com a vulnerabilidade da área, que se situa na foz do rio Jamor e está sujeita ao avanço futuro do nível do mar.
Nesta ação esteve também presente o Deputado Municipal da CDU em Oeiras -João Rafael Santos e a Candidata da CDU à Presidência da Câmara Municipal de Oeiras – Sandra Lemos.
É urgente que proprietários, área governativa ambiental e a Câmara Municipal de Oeiras assumam as responsabilidades pelo desenvolvimento de um plano de remoção das coberturas de amianto em degradação, bem como dos fragmentos de fibrocimento que têm sido encontrados nas áreas próximas, nomeadamente nas praias envolventes e que constituem um risco significativo para a saúde pública. Data de 2020, uma pergunta do Grupo Parlamentar Os Verdes, sobre a existência de fragmentos de fibrocimento no areal da praia da Cruz Quebrada.
Os Verdes sempre se opuseram ao projeto em causa, propondo, em alternativa, uma ocupação mais leve e que dê continuidade ao Parque desportivo do Jamor e à recuperação de infraestruturas verdes que robusteçam a resiliência da área e permitam a adaptação às alterações climáticas. E voltaremos a dar o nosso contributo no âmbito da consulta pública aberta sobre este empreendimento.
Esta iniciativa reforça a importância de desenvolver uma estratégia para aquela frente ribeirinha que assente na renaturalização e na sua adaptação às alterações climáticas e que não faça depender a melhoria das condições de acessibilidade e requalificação da estação ferroviária da Cruz Quebrada deste projeto imobiliário, mas antes da efetiva modernização da linha de Cascais.
Nesta visita, em dia de chuva e tempestade, foi patente a necessidade de adaptarmos os territórios mais sujeitos aos eventos climáticos extremos e de promovermos espaços que garantam a segurança das populações e a melhoria da qualidade de vida.