SOS NATUREZA
Os Verdes reuniram na Junta de Freguesia de Entre Ambos-Os-Rios, em Ponte da Barca, com os representantes do Conselho Directivo dos Baldios da Freguesia de Entre Ambos-os-Rios e do Conselho Directivo dos Baldios da Freguesia de Lindoso e com o eleito da CDU, Afonso Gonçalves, na Assembleia Municipal de Ponte da Barca.
No âmbito da Campanha SOS Natureza, o PEV alerta para a importância da proteção da biodiversidade e da valorização da floresta autóctone que só poderão ser uma realidade se as estruturas do Estado na área do Ambiente estiverem suficientemente robustas. Para isso é urgente um maior investimento na proteção e conservação da Natureza conjugando a responsabilização do Governo com as forças vivas dos territórios.
No caso do Parque Nacional da Peneda-Gerês, o único com esta classificação em Portugal, é necessário um investimento em meios humanos e materiais maior do que aquele que se verifica hoje. A ligação entre o ICNF e com os proprietários e com os compartes dos Baldios tem de ser de acompanhamento e interajuda.
Não obstante a necessidade de assegurar o investimento necessário para apagar os fogos florestais, como o que, infelizmente, ocorreu no último Verão no concelho de Ponte da Barca, é indispensável dar prioridade à prevenção de incêndios.
Desde o incêndio, em finais de junho, nada foi feito para a revitalização das áreas ardidas, para a proteção dos solos que com as grandes chuvas é arrastado e, sobretudo, na prevenção para que no futuro não arda tudo novamente. Esta intervenção é urgente, e mais uma vez Os Verdes alertam para a falta de investimento na prevenção, motivo pelo qual o PEV atribuiu uma Bandeira Negra.
O Governo não pode continuar a desresponsabilizar-se das opções e políticas que deveria já ter tomado, nomeadamente, ao nível da prevenção, com a desculpa de que os incêndios ocorrem só por causa das alterações climáticas. A mudança do clima tem um forte papel na dimensão e propagação dos fogos, mas não podemos escamotear a inércia e falta de ações de prevenção de incêndios, face à transformação estrutural da sociedade, intrínseco às políticas conduzidas por sucessivos governos de desvalorização das atividades agropecuárias, de desinvestimento do mundo rural, de encerramento de serviços públicos que conduziram ao despovoamento do interior. As pessoas são o principal componente para a gestão do território e prevenção de incêndios.
Os Baldios são parte deste trabalho mais global de reconhecimento, proteção e vivência dos territórios que devem ser chamados a participar e a envolver-se com as alterações que se pretendem fazer para o futuro. A propriedade comunitária, consagrada na Constituição, tem de ser valorizada e apoiada, sem discriminações e fomentada a sua gestão autónoma pelos compartes.
As regiões classificadas e protegidas por lei, com fauna e flora específicas, precisam de planos de conservação, proteção e de rentabilidade detalhados e partilhados com todos os que contribuem para que estes espaços naturais possam ser respeitados e protegidos.
O Partido Ecologista Os Verdes reafirma que as opções que o Governo tem tomado em relação à Conservação da Natureza e em particular às Áreas Protegidas que não irão ajudar a minimizar este flagelo, pelo contrário irão contribuir para o seu agravamento, como tem acontecido através da municipalização das Áreas Protegidas com os processos de Co-gestão, uma decisão face à qual nos opomos, lutando pela reversão deste processo.