É cada vez mais perceptível e ao mesmo tempo condenável que a estratégia do Governo para mudar o paradigma energético em Portugal é mais um pretexto para alimentar de forma selvática uma fileira de negócio.
Os recentes casos demonstram que o Governo está disponível para subverter as regras do bom ordenamento e planeamento, para servir interesses mais económico-financeiros que ambientais.
O despacho do Ministro do Ambiente, de 1 de agosto deste ano, ao autorizar o corte de 1821 sobreiros para implantação de um Parque Eólico da EDP em Sines é mais um triste episódio das contradições da política de ambiente do Governo subjugado aos interesses dos promotores e agentes económicos, prejudicando o interesse público e hipotecando uma verdadeira estratégia de combate às alterações climáticas.
É incompreensível a ligeireza com que, ao abrigo da transição energética, se têm atropelado leis, ordenamento do território e dado luz verde a ações perfeitamente antagónicas. Abater sobreiros para descarbonizar é um verdadeiro atentado, contra-senso, e muitos passos atrás no combate aos problemas do clima, da biodiversidade e da salvaguarda dos ecossistemas e um perfeito desvalorizar da importância que o sobreiro e o montado têm em todas estas vertentes.
Há uma grande falta de disponibilidade do Governo para explorar alternativas viáveis que sejam de facto consequentes e consistentes com uma verdadeira política ecologista.
Também por estas razões Os Verdes apoiam e associam-se ao apelo de associações e movimentos para travar este quercocídio e irão marcar presença na Marcha prevista para o próximo sábado, 26 de agosto, em Lisboa, às 12h, no Parque Eduardo VII.
25 de agosto de 2023
Partido Ecologista Os Verdes
O Gabinete de Imprensa do PEV