A Lagoa do Fogo, na ilha de São Miguel, foi classificada como Reserva Natural em 1974 por conter ainda características naturais do ecossistema insular de São Miguel, o que faz dela uma das mais antigas áreas protegidas do país. Essa importância reflecte-se na sua reclassificação em 1982 e posterior integração no parque Natural de São Miguel, em 2008, tendo sido reclassificada nos termos definidos no Decreto Legislativo Regional n.º 19/2008/A, de 8 de julho, onde no seu artigo 8º estão determinadas as interdições e objectivos da Reserva Natural.
Para além disso e, atendendo à importância do seu ecossistema e à presença de flora e fauna endémica protegida a Reserva Natural da Lagoa do Fogo foi inserida na Rede Natura 2000, como zona especial de conservação – ZEC Lagoa do Fogo (PTMIG0019) e classificada como Sítio Ramsar, ao abrigo da Convenção Ramsar, integrada no projeto ambiental Biótopo CORINE, sendo circundada por uma Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies.
É ainda responsável por abastecer de água potável 4 concelhos em São Miguel para pessoas e animais e é considerada uma das melhores águas potáveis naturais da região sem recurso a muitas filtragens ou limpezas.
A acrescentar a toda esta enorme importância no equilíbrio dos ecossistemas insulares, na proteção da biodiversidade do país e na qualidade de vida das populações, a Lagoa do Fogo é também um dos principais postais turísticos da região.
O crescente interesse pelo turismo nos Açores e em particular na ilha de São Miguel tem levado a um aumento da pressão humana sobre zonas sensíveis como é a Lagoa do Fogo e conduzido à ideia de que intervir com obra pesada será a melhor forma de potenciar esse interesse turístico.
Os Verdes discordam desta forma de encarar as paisagens naturais/selvagens como mero produto de mercado cujo lucro deve ser potenciado. Em fevereiro de 2020 a Deputada Ecologista Mariana Silva visitou a Lagoa do Fogo e reuniu com diversas entidades tendo como grande preocupação a proteção da Reserva Natural e o risco que corria com a implantação do megalómano projeto de miradouro para a Lagoa. O projeto parou na altura, tendo sido retomado, ainda que eventualmente com outras características, pelo novo Governo Regional dos Açores.
Mas as razões para não se avançar com uma obra destrutiva dos valores naturais patentes na Lagoa do Fogo mantêm-se, pelo que seria criminoso levar avante a realização de uma obra pesada no miradouro e atentador do património Natural, que a todos pertence, e neste caso particular, deve ser deixado às gerações futuras.
Para além de que não há qualquer garantia de que esta obra venha a controlar o acesso à caldeira da Lagoa do Fogo pelo que, também por a,í o PEV não vê motivos para se fazer uma obra de forma permanente e irreversível, com balneários, numa área de extrema importância para as populações residentes , fauna, flora e/ou turismo.
O Partido Ecologista Os Verdes, nomeadamente através do seu coletivo regional dos Açores, manifesta oposição ao projeto de construção de um edifício no miradouro da Lagoa do Fogo e solidariza-se com a petição promovida por diferentes organizações de ambiente exigindo o abandono do projeto.
Ponta Delgada, 25 de julho de 2022
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