O Partido Ecologista Os Verdes realizou ontem, dia 27 de agosto, uma Caminhada Verde na Praia da Vieira (Marinha Grande) que percorreu as margens do rio Lis, em plena Mata Nacional de Leiria com o objetivo de alertar, ouvir e intervir sobre a poluição na bacia hidrográfica do rio Lis que desagua nesta localidade e sobre o atraso na (re)arborização da Mata Nacional de Leiria ardida a 15 de outubro de 2017.
Esta iniciativa de Os Verdes contou com a participação de populares e com ativistas da CDU da Marinha Grande, comprometidos com a defesa da despoluição do Lis e a urgente reflorestação do Pinhal de Leiria.
No que concerne à Mata Nacional de Leiria, atravessada pelo rio Lis, foi uma vez mais possível constar, decorridos seis anos dos incêndios de 2017, a inércia do ICNF e a falta de vontade política do Governo de maioria absoluta PS para a reflorestação desta Mata Nacional, um ícone e elemento identitário da região e do país, que detém uma função elementar para o equilíbrio do ecossistema e de suporte e manutenção dunar. Com o incêndio de 2017, a maioria da área do Pinhal de Leiria transformou-se numa área despida de vegetação, sujeita à erosão das dunas pela força do vento, além de mais foi sujeita à proliferação de espécies exóticas invasoras que impedem ou dificultam a regeneração natural dos poucos pinheiros que teimam crescer.
A 22 de janeiro de 2018, três meses após os incêndios, o primeiro-ministro António Costa esteve a plantar um sobreiro na Mata Nacional de Leiria como símbolo da reflorestação do espaço, um enorme mediatismo e uma suposta vontade política para reflorestar a mata, mas que esvaneceu e murchou tal como várias das árvores que foram plantadas, numa área muito reduzida da mata.
Ao contrário do que muitas vezes é propalado de que não há recursos económicos disponíveis para a execução de uma determinada medida, esse não será com certeza a situação do Pinhal de Leiria, tendo em conta que só foram gastos 3,5 milhões de euros dos 17 milhões provenientes da madeira vendida e ou da verba disponível no Orçamento do Estado para 2021, de 5 milhões de euros, inscrita por iniciativa do PEV.
Nesta caminhada Os Verdes tiveram oportunidade não só de observar alguns pontos de descargas no rio Lis, como ouvir os relatos da população relativamente à poluição deste rio que é sucessivamente afetado por descargas de águas residuais sem o devido tratamento, em particular por efluentes das suinícolas na bacia do Rio Lis, que ocorrem há largos anos, de forma regular, constituindo-se em crimes ambientais que matam o ecossistema fluvial e ribeirinho e privam as populações locais do direito, constitucionalmente garantido, a um ambiente sadio.
Segundo a população, ainda no dia passado 25 de julho de 2023, se voltou a verificar uma nova descarga com as águas bastante escurecidas, uma quantidade significativa de espuma à superfície, muita da qual acabou depositada na margem do Lis, próximo da foz e nas areias da praia, conforme evidencia as fotos recolhidas nesse mesmo dia (ver anexo).
Não obstante da luta das populações e das várias iniciativas de Os Verdes, muitas das quais parlamentares, da qual se destaca o projeto de resolução do PEV que esteve na origem da Resolução da Assembleia da República n.º 169/2019 que recomenda ao Governo a despoluição do Lis, este atentado ambiental não só afeta os ecossistemas e a sua biodiversidade como compromete a saúde pública e as atividades económicas locais de dependem particularmente do turismo.
Esta Caminhada Verde foi realizada no âmbito do roteiro Ecologista que Os Verdes estão a levar a cabo pelo país, orientado para o contacto próximo com as populações e abordagem aos principais desafios que o país e os portugueses enfrentam, em particular os ambientais.
Partido Ecologista Os Verdes
28 de Agosto de 2023