No passado sábado, dia 21 de maio, na véspera do Dia Internacional da Biodiversidade, o Partido Ecologista Os Verdes, visitou a Reserva Natural do Paul de Arzila (Coimbra), uma visita que foi acompanhada pelo ICNF permitindo dessa forma constatar a importância desta Reserva Natural no ecossistema e abordar também alguns problemas com que o Paul de Arzila se confronta.
A Reserva Natural do Paúl de Arzila, situada a cerca de 13 km da cidade de Coimbra, constitui uma importante área natural para a conservação da natureza. Esta área húmida dá origem a uma comunidade vegetal muito diversificada atraindo um grande número de espécies animais. De entre estes destacam-se algumas aves como os patos e vários tipos de garças que aqui fazem os seus ninhos, com realce para a garça-vermelha, escolhida para símbolo da Reserva.
Nos últimos trinta anos, este ecossistema, muito dependente das atividades humanas, tem vindo a ser alterado devido ao abandono das atividades agrícolas. Hoje no paul o corte do bunho é praticamente inexistente, por parte da população local, tendo repercussões no equilíbrio do ecossistema.
Por outro lado, a falta de recursos humanos por parte do ICNF, nomeadamente de operacionais, transversal às várias áreas protegidas, impede uma gestão/manutenção ajustada às necessidades específicas deste ecossistema, por exemplo procedendo ao corte de algum bunho, minimizando os efeitos do abandono desta atividade. Esta reserva necessitava no terreno de cinco operacionais permanentes, quando atualmente não tem nenhum, recorrendo pontualmente por exemplo a sapadores florestais para pequenas intervenções.
No final de 2021 foi assinado o protocolo de cogestão da Reserva Natural do Paul de Azila, entre o Governo, autarquias e ICNF. Os Verdes consideram que este novo conceito de gestão das áreas protegidas, empurrando para uma municipalização forçada do património Natural, vem colocar novas ameaças a uma verdadeira proteção dos valores a preservar.
Uma área protegida encerra valores e objetivos que vão muito para além da circunscrição administrativa de um município e que devem prosseguir interesses públicos nacionais, não sendo, por isso, adequado que a sua presidência seja atribuída a um Presidente de Câmara. Os Verdes defendem um modelo que garanta um diretor (do ICNF) por cada área protegida, com a constituição de um órgão colegial que permita a participação das autarquias, dos movimentos associativos, das universidades, de técnicos especializados e de outras entidades e instituições de relevância para garantir a sustentabilidade das áreas protegidas.
Esta visita inseriu-se na campanha nacional S.O.S Natureza que o partido está a levar a cabo e que percorrerá o país até ao final de 2022, ano em que Os Verdes celebram 40 anos de Ação Ecologista. A campanha incide sobre várias temáticas em defesa da biodiversidade e dos ecossistemas, contando com um alargado conjunto de ações em diversas vertentes, com vista a multiplicar o esclarecimento e a mobilizar a sociedade para a ação na defesa da Natureza.
Lisboa, 23 de maio de 2022
O Partido Ecologista Os Verdes