Veio a público que a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) terá indicado às administrações hospitalares que terão de reduzir despesa no ano de 2026.
Esta instrução dada aos hospitais é inadmissível e terá inegavelmente impacto na capacidade de resposta aos utentes. Tal orientação agravará certamente os tempos de espera para consultas e cirurgias, aumentando ainda mais as listas de espera que não param de crescer pela falta de resposta das unidades de saúde, decorrente sobretudo da falta de profissionais afetos ao SNS.
Esta é mais uma peça da estratégia de destruição do SNS, estratégia essa também inscrita no Orçamento do Estado 2026, o qual dá continuidade ao processo de subfinanciamento estrutural do SNS.
A inexistência de verbas não é definitivamente uma desculpa aceitável, uma vez que o OE 2026 aumenta substancialmente as verbas destinadas à guerra ( 5% do PIB ) e aumenta significativamente os benefícios fiscais aos grandes grupos económicos e financeiros.
Trata-se pois de uma clara opção política de destruição do SNS quando o que era fundamental era financiá-lo adequadamente de modo a gerar eficácia e a incentivar a afetação de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde.
Este definhamento do SNS, que visa claramente beneficiar os grupos privados, tem de ser fortemente contestado pelos utentes de modo a garantir o direito à saúde previsto na Constituição da República Portuguesa.
