Ontem, dia 12 de outubro, Os Verdes colocaram uma Bandeira Negra na Mata Nacional do Pinhal de Leiria, simbolicamente junto ao Posto Vigia do Ponto Novo, quando se assinalam, no próximo dia 15, cinco anos dos incêndios que devastaram 8800 hectares do Pinhal do Rei. A iniciativa contou com vários dirigentes do PEV, ativistas locais da CDU e com a ex-deputada de Os Verdes à Assembleia da República, Mariana Silva.
Em 2017, os incêndios destruíram 86% da Mata, uma perda muito significativa com a destruição de vários ecossistemas que desempenham um importantíssimo papel ao nível ambiental, social e produtivo, com valor significativo também ao nível histórico e científico, seriam expectáveis ações céleres de reflorestação, valorização e defesa do Pinhal de Leiria, no sentido de se poder recuperar a riqueza natural outrora existente.
Todavia, decorridos 5 anos: a larga maioria da área ardida (8800 hectares) não foi rearborizada; da área plantada a grande parte das árvores, sobretudo folhosas, acabou por secar; permanece um amontoado de material lenhoso acentuando o risco de incêndios; proliferaram as espécies exóticas invasoras que encontraram nas clareiras espaço para a sua expansão; o Estado investiu apenas 3,6 milhões de euros quando arrecadou 17 milhões com a venda da madeira ardida.
Apesar de ser vital acelerar a revitalização deste pulmão verde, com raízes históricas, culturais, ambientais, sociais e económicas, alocando para o efeito meios financeiros mais adequados e também meios humanos, os quais são bastante reduzidos face às necessidades daquela Mata Nacional, não se vislumbra qualquer medida no Orçamento de Estado para 2023 que vá de encontro a esta necessidade.
Os Verdes consideram fundamental para a recuperação do Pinhal de Leiria restabelecer o equilíbrio no ecossistema:
– Acelerar a rearborização e replantação do Pinhal de Leiria, com espécies adaptadas a estes terrenos arenosos, (e.g. pinheiro bravo e pinheiro manso) e aplicar toda a verba arrecadada com a venda da madeira (17 milhões de euros) nesta área de mata;
– Reforçar os meios humanos para o ICNF, em particular técnicos florestais, guardas florestais e assistentes operacionais, delegados à Mata Nacional de Leiria;
– Travar a proliferação de espécies exóticas invasoras e retirar/desfazer o material lenhoso seco, que se encontra na mata;
– Implementar medidas para travar a erosão do solo.
A colocação deste ponto negro, é uma de muitas iniciativas que se insere na campanha SOS Natureza, que Os Verdes iniciaram a 21 de março e que decorrerá até ao final de 2022, quando o Partido Ecologista Os Verdes celebra 40 anos. 40 pontos ameaçados, que comprometem a biodiversidade, a conservação da Natureza e indubitavelmente a qualidade de vida e segurança das populações.
13 de Outubro de 2022
Gabinete de Imprensa PEV