Ucrânia palco da nova Guerra Fria
A Ucrânia está à beira de ser esmagada pelo revivalismo da Guerra Fria e das operações de expansão da NATO.
A NATO tem demonstrado, ao longo dos anos, desde que foi criada, que contrariamente aos princípios orientadores que advoga seguir de promover a PAZ e a democracia, evitar conflitos ou a sua resolução pacífica, é um promotor da guerra e da indústria militar servindo os princípios expansionistas e imperialistas dos Estados Unidos da América. Procura para isso a existência permanente de conflitos numa lógica de guerra interminável.
Desde a dissolução da União Soviética que a NATO, liderada pelos Estados Unidos da América, tem encontrado espaço para expandir os seus territórios, aumentar o número de membros e apertar cada vez mais o cerco à Rússia.
A Ucrânia encontra-se agora no limiar de um conflito de interesses económicos, militares e territoriais entre Estados Unidos da América, NATO e União Europeia de um lado e a Rússia do outro.
Nunca é tarde relembrar que em 2014 um golpe de estado na Ucrânia, apoiado por estas três potências da Europa Ocidental, depôs o presidente ucraniano, pró Rússia, tendo conseguido colocar no seu lugar alguém que servisse os interesses do Ocidente. Governo esse de índole fascista de extrema-direita que tem continuamente atacado as regiões independentes do Donbass, assim como a população russa da Ucrânia.
Preocupa também Os Verdes que a comunicação social, nomeadamente a portuguesa, reporte em uníssono, apenas um dos lados dos factos, muitas vezes deturpados ou deliberadamente editados, com a agenda política da máquina de propaganda da NATO. Preocupa-nos que se assista cada vez mais ao desaparecimento de um jornalismo independente, de investigação e minimamente esclarecedor.
Desde a derrota e retirada das tropas dos Estados Unidos do Afeganistão que as tensões e atenções se têm canalizado para outros quadrantes. Sendo a Ucrânia um território já de si suficientemente desestabilizado é um palco apetecível e ideal para continuar e prolongar uma política de desestabilização geral, justificar continuados investimentos na indústria militar e continuar a pressionar o velho inimigo – Rússia.
A Ucrânia tem neste momento um contingente de 150 mil militares estacionados nas fronteiras da Rússia e do Donbass. Tropas altamente equipadas, com moderno armamento americano, e treinadas pelas forças da NATO. E que têm repetidamente bombardeado o Donbass. Esta concentração e ação de tropas ucranianas terá sido um dos principais motivos para a movimentação de tropas russas para a fronteira da região cujas populações deixaram de estar seguras há muito e ao qual não é alheia a constante violação dos acordos de Minsk por parte da Ucrânia.
Os Estados Unidos têm, há muito, dezenas de milhares de militares na Europa, estando este contingente atualmente em alerta máximo. Não estão apenas a equipar as tropas ucranianas, mas também a expandir as bases militares da NATO na região. Foram construídas duas instalações de mísseis na Roménia e na Polónia, com capacidade nuclear, apontadas à Rússia.
O Partido Ecologista Os Verdes, tendo por base e na sua génese o pacifismo, assim como a resolução pacífica dos conflitos, manifesta a forte preocupação para com as populações, vítimas destes jogos de Guerra, e apela à resolução de conflitos pela via do diálogo. Reiteramos as posições assumidas pelo Partido Verde dos Estados Unidos, que apelam à administração dos EUA para pararem o envio de milhões de dólares de armamento sofisticado para a Ucrânia, reduzir o contingente militar na região e prosseguir com a via diplomática para a resolução do conflito.
Condenamos o Governo português pelo seu alinhamento com as políticas belicistas e expansionistas da NATO e dos EUA.
O PEV reitera a necessidade urgente de Portugal dar cumprimento à Constituição portuguesa e encetar um processo de saída da Aliança, que de Atlântica já tem cada vez menos e de pacifista nunca teve, e defende a sua dissolução, como bloco político-militar que é.
Apelamos sim, mais uma vez, à adesão de Portugal ao Tratado de Proibição de Armas Nucleares.
O Partido Ecologista Os Verdes
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