Assinalam-se, amanhã, dia 21 de março, o Dia Internacional das Florestas e o Dia Mundial da Árvore, alertando para a sua importância na preservação da biodiversidade e o equilíbrio com outras funções ecológicas.
Cientes do potencial da conservação e promoção dos espaços e corredores verdes, e considerando a diminuição drástica de que os mesmos têm sido alvo, fruto da expansão do betão e de uma gestão incoerente e desligada destes valores naturais. Os Verdes têm sido uma força política comprometida com as soluções a nível local, e no panorama nacional, para garantir que o Arvoredo Urbano possa ser gerido e encarado como bem a preservar, em benefício do interesse público, do ambiente e saúde das populações.
O aumento do arvoredo urbano tem inúmeras vantagens, entre as quais se destacam o contributo para o combate à poluição atmosférica e sonora, para a regulação da temperatura e para garantir sombreamento – em particular durante os meses mais quentes – mas também pelo fomento da biodiversidade, pela melhoria da paisagem e da estética urbana, de promoção do lazer, entre tantas outras vantagens.
Em suma, o arvoredo urbano tem um papel relevante no equilíbrio e no restauro ecológico, principalmente, no âmbito da adaptação dos territórios às alterações climáticas, contribuindo para a sua mitigação.
Precisamente na madrugada de hoje, pudemos testemunhar que a par da necessidade de manter o arvoredo urbano, há que garantir o seu planeamento, boa gestão e o acompanhamento preventivo e regular do seu estado fitossanitário, quer nos centros urbanos, quer junto a vias de circulação ou equipamentos coletivos, de modo a que em situações de chuvas intensas e ventos fortes como as que se verificaram com a tempestade Martinho, as árvores não constituam uma ameaça à segurança das populações e de bens.
O que se verifica, na generalidade dos casos, é que se atua depois da ocorrência e com sérias dificuldades devido à falta de investimento nestes profissionais. Ora, muitas destas situações de risco podiam ser evitadas, na medida em que a ausência de regulamentação do arvoredo nos municípios ou a correta gestão do património arbóreo a seu cargo, compromete o papel relevante que este pode representar para o equilíbrio ecológico dos meios urbanos.
A culpa não é das árvores que caem, mas sim da ausência de intervenção e de adaptação dos territórios, nas suas múltiplas vertentes, às alterações climáticas e consequentes eventos climáticos extremos.
Face a esta realidade, o PEV considera fundamental avançar com a regulamentação da gestão do arvoredo nos municípios, no âmbito da Estratégia Nacional de Proteção e Fomento do Arvoredo em meio urbano. Especialmente numa altura em que precisamos de acelerar o combate e a adaptação às alterações climáticas, também o ICNF precisa de reforço dos técnicos e meios para assumir um papel relevante no acompanhamento destes processos.
Como referem os cientistas e os ecologistas, as inundações recentes ou diversas ocorrências resultantes da queda de árvores são uma associação entre a natureza e as atividades humanas no território que potenciam esses efeitos. Por isso, é essencial continuar a exigir políticas ambientais e investimentos que se comprometam com a adaptação e mitigação das alterações climáticas, com o correto ordenamento do território e uso dos solos, com a segurança das populações e a manutenção de espaços de equilíbrio ambiental.
O dia 21 de março é assinalado por diversos municípios com a plantação de árvores, com a sinalização da sua importância, no entanto, é preciso que estas preocupações se estendam aos restantes dias do ano.
Lisboa, 20 de março de 2025