Mais de seis milhões de euros ( só até final do ano ) vão ser servidos pelo Governo PSD/CDS aos privados que exploram o mercado da saúde. A despesa corresponde à medida anunciada para alargamento de acesso a cuidados de saúde primários e medicina familiar a utentes das Unidades Locais de Saúde Amadora-Sintra e Lisboa Ocidental, a partir do Hospital de Cascais, que integra o SNS em parceria público-privada. O governo escuda-se no argumento de que esta medida, segundo a avaliação” da UTAP, “representa menos 24 euros por utente, preço comparado quando servidos por outras alternativas”.
É claro que a prioridade deste Governo não é dar resposta às necessidades dos utentes do SNS (todos nós) mas sim servir o negócio privado da saúde, à semelhança do que acontece com a medida já avançada quanto à criação de 20 USF modelo C que, recorde-se, podem ser geridas pelo setor privado e social.
Efetivamente, e como referiu o ministro da Presidência, António Leitão Amaro ”Só queremos servir quem não está servido”, isto é, há que dispensar uma fatia considerável do Orçamento de Estado para os privados que atuam no negócio da saúde. Quanto aos utentes do SNS, esses bem podem sofrer com as intermináveis horas de espera nas urgências, esperar pacientemente por consultas hospitalares de especialidade e pela marcação de cirurgias.
Concluindo: Este Governo está verdadeiramente empenhado em desmantelar o SNS, não se privando de servir os interesses privados e privando, cada vez mais, os portugueses do seu direito à saúde.
Sintra, 21 de setembro de 2024
Rogério Cassona
Eleito da CDU na Assembleia Municipal de Sintra