As medidas assistencialistas anunciadas pelo Governo são meros paliativos e não dão resposta ao sufocante agravamento do custo de vida dos portugueses, com reflexo no acesso à alimentação, e consequentemente na capacidade de fazer face a despesas essenciais como a saúde, a energia e a habitação.
O Governo continua a ignorar que a inflação decorre de um aumento especulativo das margens de lucro de setores específicos como a grande distribuição agro-alimentar ou o setor energético, das práticas especulativas no imobiliário e dos ganhos imorais do setor bancário, entre outros.
Milhares de portugueses são empurrados para o limiar da pobreza, o futuro de milhares de jovens está a ser hipotecado, fruto dos baixos salários e da precariedade, reduzindo a vida de muitos trabalhadores e das suas famílias ao “mínimo vital”, cortando em atividades fundamentais para o bem-estar humano como a saúde, a cultura, o desporto e o lazer.
É necessário redistribuir a riqueza garantindo que o que é produzido está ao serviço dos portugueses e que não são criadas mais medidas para manter intocáveis aqueles que buscam a acumulação de recursos de forma predadora como modo de vida.
A redução do IVA no cabaz alimentar, como ficou provado em outros países, poderá não se traduzir em efeitos na baixa dos preços aos consumidores, mas sim na manutenção dos lucros das empresas da grande distribuição, corresponsáveis pela elevada onda inflacionista, e que a cada crise mantêm ou aumentam absurdamente as suas margens.
Tal como Os Verdes vêm afirmando, o momento exige a dinamização e apoio urgente à produção nacional, ao consumo local e à dinamização dos mercados locais de proximidade para dar resposta aos problemas do presente, nomeadamente pela valorização da agricultura familiar e das pequenas e médias empresas, que representam um papel fundamental na economia do país.
Os Verdes consideram que as medidas anunciadas são uma gota de água a quem morre de sede, sem que se resolvam os problemas, que se agravam a cada dia, e apenas simulam uma preocupação com o aumento da pobreza que se reflete no número crescente de pessoas que mesmo trabalhando estão cada vez mais pobres.
Os aumentos dos salários no sector público anunciados, ontem e hoje, pelo Governo são quase uma ofensa. Os Verdes exigem um aumento geral de todos os salários dos portugueses e o controlo do preço dos bens essenciais como medidas fundamentais para o país.
Partido Ecologista Os Verdes
24 de março de 2023
Gabinete de Imprensa