Intervenções na AR

Verdes questionam o Governo sobre a situação de seca em Portugal

Para debater a situação da seca no nosso País, o Governo apresenta-se
aqui displicente, autoconvencido e autossatisfeito. Nada de novo.

É tudo normal, não há razões para preocupações, está tudo controlado.
Estão errados, certamente, os agricultores que não têm pastos para
alimentar o gado ou confundidas as populações que veem as barragens
vazias ou baralhadas as populações que são abastecidas através de
cisternas. Talvez não percebam nada disto os especialistas do IPMA que
dizem que 90% do território está em seca severa ou extrema.

As alterações climáticas são um dos maiores desafios para a
humanidade, todas as atividades humanas dependem de funções de
ecossistemas que se encontram gravemente ameaçados pelo aumento
da temperatura e pela alteração dos padrões de clima que já se fazem
sentir é urgente mitigar os seus efeitos.

A água é um recurso natural essencial, um elemento fundamental ao
equilíbrio existente nos sistemas terrestres, com valor na dimensão
ambiental, social e do desenvolvimento.
A água é um direito de toda a humanidade, e por isso reforçamos a ideia
que é inconcebível que a gestão do seu aproveitamento, do
abastecimento público e do saneamento seja feita em função de lógicas

de obtenção de lucro, assim, somos frontalmente contra a privatização
do sector da água ou da concessão da sua gestão a privados. Estes dias
encarregam-se de nos dar razão.

Tal como consideramos grave que, ao invés da prometida viabilidade de
uma agricultura sustentável se tenha e continue a favoreça a implantação
da monocultura de eucalipto e o aumento e promoção das culturas
superintensivas como o olival, o amendoal, ou a pera abacate, com
consumos escandalosos de água, em zonas onde a sua escassez é óbvia e
onde o risco de empobrecimento dos solos é considerável.
Para responder aos problemas de hoje Os Verdes relembram que:
É necessário garantir o caudal ecológico dos nossos rios, promovendo a
sua recuperação e a restauração ecológica dos ecossistemas ribeirinhos,
sendo igualmente fundamental o estabelecimento de um regime de
caudais diários.
É premente a renovação e a manutenção das condutas para
abastecimento de água, para que se controle situações de perdas no
transporte.
É urgente a cobertura de todo o território por uma rede pública de
saneamento, com tratamento adequado das águas residuais de forma a
evitar a contaminação dos recursos hídricos, os impactos na saúde
pública e a degradação dos ecossistemas.
Falam-nos de planos em concretização. Todos os planos, estratégias e
boas intenções cabem no papel o problema é se são colocados em prática.

A questão, senhor Ministro do Ambiente, é se as opções políticas para o
futuro, como os projetos mineiros, de exploração de lítio e outros
minerais associados, perto da Barragem do Alto Rabagão, são opções
viáveis relativamente à gestão da água.
Desta barragem, hoje praticamente seca, sairão 200 m3 água potável/dia para abastecer
a mina, se o projeto mineiro se instalar, serão +5.000m3 de água
bruta/dia, pois caso as ribeiras sequem , será do Alto Rabagão que virão as

águas para atividade do complexo mineiro.
Por isso, perguntamos:
são soluções como esta, que só irão agravar o problema do acesso à água,
que o governo vai insistir em manter?

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