No cenário dantesco de fogos florestais que o país, mais uma vez conhece em 2025, a primeira palavra do Partido Ecologista os Verdes é de sentido pesar pelas vítimas mortais e de solidariedade para com todos aqueles que foram afetados.
Os Verdes dirigem uma palavra muito especial aos bombeiros que, em condições imensamente duras, trabalham arduamente, de forma heroica, primeiro para salvar vidas e depois para salvar património construído e natural.
Todos os anos, com mais ou menos dimensão, Portugal é assolado por intensos fogos florestais e devastado em áreas ardidas.
Todos nos lembramos da catástrofe de 2017 (e é importante que ninguém a esqueça!), da criação de uma comissão científica independente e dos relatórios então elaborados com uma avaliação pormenorizada das causas e efeitos de tamanho drama. De resto, relatórios e avaliação das situações é algo que não falta, de há décadas a esta parte.
O que tem faltado, verdadeiramente, é vontade política para concretizar as medidas recomendadas! E Os Verdes afirmam que esse facto revela uma inaceitável irresponsabilidade!
É por isso que, de uma vez por todas, é preciso que se assuma levar a questão dos incêndios florestais a sério, e dessa forma o PEV entende que, para além de novas descrições e avaliações da situação, mais do que construir mais um relatório, o Governo deve ao país uma explicação e justificação urgentes sobre o que é que, dos relatórios decorrentes dos fogos de 2017, ponto a ponto, medida a medida, está ou não cumprido e porquê!
Os Verdes afirmam também que as alterações climáticas deixaram de ser uma justificação para a dimensão dos fogos florestais, porque o Governo sabe que os extremos climáticos estão aí, mais intensos, mais prolongados, e não é possível continuar a agir como se essa realidade não fosse conhecida. O país precisa de uma prevenção e meios de combate adequados a esse cenário de alterações climáticas e não a governos que passam a vida a desculpar-se com o cenário climático nada fazendo para a ele se adaptar.
É importante também que nos consciencializemos de que há cenários estruturais que precisam de ser invertidos. A Política Agrícola Comum, aplaudida tanto por governos do PSD e do PS na sua subserviência à União Europeia, teve como consequência o abandono da pequena e média atividade agrícola e o despovoamento das nossas zonas rurais. Esse facto liquidou, entre outros aspetos, zonas tampão e capacidade de vigilância, levando a que os fogos atinjam uma dimensão e proporção bastante mais devastadora.
Outro cenário estrutural que precisa de ser invertido é, como o PEV tem alertado e batalhado há tantos anos, a profunda eucaliptização da nossa floresta que leva a que os incêndios se propagem com extrema facilidade. O ordenamento florestal, com o objetivo primeiro de conseguir maior resistência e segurança, é uma prioridade que tem de ser assumida.
Não é possível continuar a aceitar inércia num cenário que exige urgência de intervenção!!
Partido Ecologista Os Verdes
18 de agosto de 2025