Os Verdes manifestam a sua total oposição à intenção do Governo Regional, tornada pública pelo Secretário Regional do Turismo, Ambiente e Cultura, de entregar a gestão dos trilhos da ilha a entidades privadas. Esta privatização não visa garantir a proteção ambiental nem a segurança nos mesmos, mas sim criar mais uma área de negociata para amigos.
O grande problema dos trilhos advém, atualmente, sobretudo da grande pressão turística existente que decorre do próprio modelo de turismo intensivo promovido e incentivado pelo Governo Regional sem que sejam criadas as infraestruturas de qualidade para lhe dar resposta, nem reforçados os meios humanos e técnicos do IFCN para poderem garantir uma maior e abrangente presença no terreno e uma intervenção mais pronta e eficaz como teria sido necessário no Fanal.
Os caminhos pedestres da Região sejam eles trilhos, veredas, caminhos reais ou levadas não podem ser vistos como um produto turístico que se compra numa loja! Estes fazem parte integrante do património histórico-cultural da Madeira, caminham a par e passo com o povoamento da ilha e a sobrevivência da população num território de grandes desafios orográficos. Ainda hoje, muitos destes caminhos são o acesso para terrenos agrícolas, limpeza de levadas, entre outras atividades da população.
Os Verdes consideram que o Governo Regional deve-se questionar sobre o modelo de turismo que continua a incentivar e a falta de medidas para qualificação da resposta a dar ao mesmo, como por exemplo a criação de parques de campismo e postos de informação descentralizados, e deve uma vez por todas tirar da gaveta o Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POCMAD).
Para Os Verdes, não restam dúvidas, e há provas suficientes em Portugal e no Mundo, que a mercantilização da Natureza visa só o lucro de alguns e não contribui para a preservação deste património que a todos pertence e que é fundamental para garantir o nosso futuro comum.
O Coletivo Regional da Madeira do Partido Ecologista Os Verdes
6 de junho de 2025